O grande monstro urbano...
Somos corpúsculos que o mantêm vivo,
A grande balbúrdia cotidiana da vida
Com suas idas e vindas infernais;
Buzinas e monóxido de carbono
Também as alegrias dos reencontros,
As tristezas das despedidas,
Gente a morrer em ambulâncias,
Também gritinhos ruidosos de quem apanhou pra respirar;
O grande monstro urbano
Tempo é dinheiro!
Vencer é lutar!
Seja o melhor!
Consumo às vezes fútil,
Cachorro-Quente a R$ 1,50
Na Conde da Boa Vista
Um caldo de cana, Hollywood e meio-fio;
Sento-me exausto, vislumbrando nossa pequena estatura,
As veias entupidas de ônibus superlotados,
De gente insatisfeita, Hora do Ângelo
Indo para a sopa noturna
Pensando na morte, no amor, na conta vencida
Eis o grande monstro urbano!
Impossível morrer,
Improvável não ser sentido.
4 Comentários:
Grande poema! Bravo, mestre, bravo!
Pois é ...viver , aqui no nosso cotidiano, na nossa realidade, é isto .Nada mais, nada menos. Sempre inserido nesta máquina urbana. Poucos são os que têm a sensibilidade e senso crítico de olhar de frente para isso, e reagir com o estranhamento e admiração de uma criança recém chegada ao mundo... e foi isso o que vc fez , e sempre faz .Parabéns !
"Um caldo de cana, Hollywood e meio-fio;"
heheh esse foi engraçado..
Gsotei!Da sensibilidade, sobretudo...
" As paisagens atuais não são nada simples, estão cheias de contornos e dobras..., O céu está cinza..., Viver hoje é fechar os olhos..."
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