12 de julho de 2009

A Semelhança entre Fé e Ciência

Categoricamente, fé e ciência sempre brigaram por um lugar ao sol e também um espaço na vida do homem. Esta luta perdura desde os tempos dos pré-socráticos, e hoje, em nossos dias, ambas tornaram-se sinônimo de última palavra em diversos assuntos. A religião, sempre a mais apressada das duas, ditou suas regras de maneira incontestável durante séculos a fio; basta lembrarmos da Idade Média e suas torpezas inquisidoras, que duraram até o século XIX apresentando a mesma intolerância, a mesma insensatez, a mesma tolice do seu início. Comanda a cabeça de milhares de pessoas ao redor do mundo, influenciando a vida de forma direta, absoluta, ditando quando, onde e como deve-se proceder para que a vida seja melhor, mais completa. os argumentos para isto? Deus, um ser improvável e distante, que governa o mundo com mãos de ferro e olhos atentos, pronto para mandar ao inferno qualquer um que tenha a audácia de seguir outra doutrina, outra forma de pensar. Convincente, não?
A ciência moderna, mais nova que a fé, trouxe este novo olhar sobre o mundo e sobre como homem deveria seguir. No início foi difícil suportar o jugo supersticioso da Igreja, que não queria de modo algum que as coisas dessem errado para ela, mas com o passar do tempo as pessoas foram aceitando de maneira mais salutar esta nova "fé". Sim, não escrevi errado; a ciência nada mais era do que fé, uma vez que o leigo, o homem comum, não podia ver nenhuma manifestação científica comprovada, feita in loco. Os novos "sacerdotes" não se diferenciavam dos antigos, que traziam os mistérios invisíveis do alto numa língua estranha - o latim - , vestida numa ritualística complexa e intragável. Os cientistas, muitas vezes, não se importam de trazer à luz, numa linguagem facilitada para a compreensão dos homens não "iniciados", as "verdades" que propõem; muita coisa ainda não se conhece na Natureza, e o que se tem de concreto acaba reservado para os profissionais de jaleco. Muitos ramos científicos, principalmente a Medicina que está mais próxima e que interfere diretamente no cotidiano, tem seu jeito peculiar de transmitir às pessoas o mundo daquilo que não se vê mas que se sente quando se vai a um consultório qualquer. Raramente há entendimento entre as partes envolvidas, e sempre o médico se sai melhor. Então temos duas formas de "verdade" que muitas vezes não esclarecem muita coisa, excluindo o comum, o não-letrado e o ignorante de suas revelações impositivas. Nisto ambas se parecem.