26 de julho de 2009

Cerebrotonia já - Por uma cidade mais feia e intelectual!

Verdadeiramente não somos cerebrais. Este órgão, tão desprezado e significativamente não-utilizado pela maioria, reinvindica sua aplicabilidade. Músculos têm tomado conta das mentes de muitos: academias e logradouros públicos são invadidos por centenas de milhares de "esportistas", "ginastas", "fisioculturistas", pessoas que buscam a beleza física e há muito deixaram de lado um outro exercício, tão fundamental, e até mais, do que flexões abdominais e estimulação glútea. Quantas pessoas são vistas com livros em praças e jardins coletivos? Quantas são as academias de exercício intelectual ? Bibliotecas não desempenham esta função há muito. Dispostas em vários lugares, são apenas hoje depósitos de livros que não são atrativos, estimulantes, não trazem os praticantes da atividade intelectual ao seu regaço, no mais afastando-os. É bastante atrativo corpos bem torneados, torrados pelos raios nocivos do sol, com pouca roupa e sensuais propositadamente. São belos, mas sem cerebrotonia. Os gregos viam no corpo belo um conjunto - estético e mental - favorável. Não bastava ter belas pernas, dorso bonito ou feições de efebo, era necessário também conhecimento, sensibilidade, intimidade mesmo com o que o circulava, na ágora ou nas academias. Não somos cérebro - razão e emoções em doses necessárias - somos apenas corpo, músculo, albumina e suplementos alimentares. Devidamente estimulada pela mídia gangrenada que temos, estas práticas nos enfraquece, nos torna apáticos, insípidos. Cerebrotonia já, mesmo que a cidade se torne um pouco mais feia.