7 de agosto de 2009

Sem Título

Piedade, Senhor!
Dizem os hipócritas, sujos ainda
Da benfazeja honra dos mortais,
Aquele pecado,infinito.
Estamos sozinhos neste quarto escuro, o mundo...
O Grande Pai está a dormir profundo sono...
Órfãos de mãe (morta pelo marido, invejoso),
Choramos sua ausência
Procurando-a na beleza inaudita,
Na sexualidade reprimida.
Então mais um gole,
Do sangue mais puro
Vendido em pardieiros,
De onde partem os malditos
Escritos e versos meus.
Ambrosia virulenta,
Que consagra os perdidos,
Tenho-a ainda...
Em fígados antigos, encharcados,
Em braços esporádicos, ainda sentidos,
Em corpos em brasa, febris pela ânsia.
Eis... ainda vive o poeta...

0 Comentários: