30 de março de 2010

A partir deste momento, pretendo pôr no blog algumas poesias que venho escrevendo, no intuito de, no final do ano, publicar tudo em um pequeno livro " Poesias, Contos e Iconoclastias". Espero que apreciem os trabalhos que serão colocados, e brevemente novos contos e abordagens literárias serão publicadas.

Iniciarei com um trabalho chamado "O Poeta Maldito". Eis:

O poeta maldito

Ser dos mais agradáveis

Chinelos sujos

Camisa insalubre

Com calças por polir

Estranho e medonho

Sua companhia é querida dos póstumos

Sua distância evidencia sensatez para os tolos

Ele ri de toda a procura insana dos comuns

Pela tão sonhada felicidade

A felicidade, por si só, já é sofrimento

Quantos músculos empenhados?

Tantas veias trabalhadas?

Um maldito apenas ri de tudo isso

Já sabe que a luta é vã

Deixou-se possuir pela tragédia que persegue

Todo desgraçado Homo Sapiens que respira neste mundo

Sentiu-se leve

Leveza que traz o entendimento, a sobriedade

Sabe bem que todo desejo leva ao mal

Quando não é saciado

Maldito seja! Pequenos garotos são seu séquito

As crianças mimadas do Salvador

Vieram para o lado correto

Da peçonha inventada

Escutem a voz da juventude amaldiçoada!

Eles serão os próximos profetas

A anunciarem a próxima salvação inútil

Ah, querido poeta maldito!

Vocifera, alardeando o saque aos incautos

Tudo está perdido...

Não há escape possível...

E de uma marquise qualquer, lá estarão dois olhos

Igualmente feitos malditos

Igualmente desgarrados

Suaves e desinteressados.


1 Comentários:

Milena M. disse...

"Sabe bem que todo desejo leva ao mal

Quando não é saciado"

ui!!!