30 de março de 2010

Ensaios do Sentir

Foi mesmo ali, naquela rua
Que um dia vi alguém me dizer até mais
Ando a deriva desde então
Porque quis
Nada pedi em troca
Apenas a calma que me falta
A arrogância que me prende
A reflexão mais aguda
Deixei tudo como estava
Todas as impressões
As vagas que o mar me fez
Qualquer banco é aquele
Que um dia ela sentou
Os bolsos já afagam minhas mãos
Eles as abrigam , em lugar do teu rosto
Rosto de pele fina, suave
Um nariz que gostava de tocar
As mãos tocaram-te
Não tocam mais
Apenas o pensamento
E este se faz mais presente, ainda
Naquela rua não passo mais.

3 Comentários:

Milena M. disse...

Esse eu compartilhei no meu reader...
lembranças..

Cassiana disse...

"Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida."

Clarice Lispector

Unknown disse...

A saudade no mínimo é prima do pensamento, quanta proteção... ainda bem que o temos.