Nos subúrbios de Paris,
Caminha Verlaine, absorto,
Vida de bardo em sagazes companhias
Escravo do senhor verde que a todos corroía.
Em tavernas imundas, habita o príncipe dos poetas
Saudoso do amigo, que o cãncer o arrancou
Ele mesmo, já condenado ao repouso do pó
Sente-se ainda mais sujo, diante do horror
Diz: "Quero o insulto, prefiro a esbórnia
Como companheira de minhas exéquias,
Jovens esposos convidando minha alma
A juntar-se a deles, em canto solene.
Sentado e já sem forças,
Compreende que o tempo já se está acabando
Uma dor quase suave tem nas mãos
Uma vida que quis, diante de si
Rimbaud! Única luz!
Versos, senhores, de minha única faculdade
Acalentem este maldito em sua última imersão
Às profundezas amargas do líquido salvador
Paris não será mais a mesma
O Poeta saiu.
Vertigem o atinge e o desola
Foi morrer ao sol... ao sol...
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