Tento escrever desde os 16 anos. Enveredar pelo mundo das letras parece ser tão difícil quanto sair dele quando somos acertados pelo seu fascínio. As fases literárias que inspiram-me já são passadas, uma pena irreparável. O que aproveitar da cena de hoje? Consumir verborragia e excremento literário não me parece coisa muito interessante, mas é isso o que se tem a oferecer. Um movimento literário tem, entre outros atrativos, o engajamento,a força criadora de mudar, revolucionar não só as letras, seu modo de aplicabilidade, mas mudar destinos reais, vidas presentes. Momento histórico não é preciso para se criar boa métrica literária; todo o espaço e tempo são propícios a esta produção, e a todo tempo nascem escritores - bons, razoáveis, ruins ou péssimos. Temos sido bombardeados com texto fácil e crocante; bom para comer, pensar nem tanto. Qual o motivo? cabeças ocas, sem pretensão de revolver-se e que apreciam um balançar de rede, com uma gelada água de côco e um livro para passar o tempo. Aquela rebeldia, aquela fustigação própria dos visionários, dos seres messiânicos, únicos profetas verdadeiros a inspirar mudança não existem por aqui. O que se vê é a timidez, a incapacidade, a boemia "status quo" dos botecos famosos, e todo este engodo midiático. O enfrentamento das situações que nos deixam tonto necessita destes pergaminhos que só uma palavra libertadora pode oferecer, mas onde encontrá-la? Paulo Coelho pode nos responder? Difícil.
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